Mudanças entre as edições de "Memantina"

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Clomenac , Ebix,  Zider, Alois
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Clomenac , Ebix,  Zider, Alois, Heimer
  
 
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Edição das 20h55min de 25 de maio de 2015

Classe terapêutica

Neuroprotetor

Nomes comerciais

Clomenac , Ebix, Zider, Alois, Heimer

Principais informações

Memantina é indicado na Doença de Alzheimer moderadamente grave a grave, e em outras demências, caracterizadas por distúrbios leves a moderadamente graves da função cerebral, com os seguintes sintomas principais: distúrbios da concentração e memória, perda de interesse e distúrbios de conduta, fadigabilidade, autonomia reduzida, distúrbios das funções motoras necessárias para efetuar atividades diárias e humor deprimido (síndrome demencial), condições que requerem aumento do cuidado e da vigilância. É indicada também no tratamento da espasticidade cerebral e espinhal, como por exemplo, resultante de disfunção cerebral em crianças, traumatismos cranianos, esclerose múltipla, paraplegia, acidentes vasculares encefálicos, Doença de Parkinson e síndromes Parkinsonianas [1].

No cérebro existem substâncias como o aspartato e o glutamato, que são importantes no processo de aprendizado e memória. Quando sua ação é excessiva, eles causam lesão e morte dos neurônios, sendo este um dos mecanismos da doença de Alzheimer. A memantina é uma droga que atua diminuindo a ação do glutamato, trazendo-os para níveis mais fisiológicos. Neste sentido, a memantina poderia estabilizar sintomas e retardar a evolução da doença.

A doença de Alzheimer (DA) é a principal causa de declínio cognitivo em adultos, sobretudo idosos, representando mais da metade dos casos de demência. A idade é o principal fator de risco: sua prevalência passa de 0,7% aos 60 a 64 anos de idade para cerca de 40% nos grupos etários de 90 a 95 anos. Isso revela a magnitude do problema no Brasil, onde já vivem cerca de 15 milhões de indivíduos com mais de 60 anos.

A DA caracteriza-se por distúrbio progressivo da memória e outras funções cognitivas, afetando o funcionamento ocupacional e social. O indivíduo torna-se progressivamente incapaz de desempenhar atividades da vida diária (trabalho, lazer, vida social) e de cuidar de si mesmo (cuidar do próprio asseio pessoal, vestir-se, alimentar-se), passando a depender de um cuidador.

A busca na literatura localizou várias revisões sistemáticas de qualidade, sendo uma revisão sistemática da Colaboração Cochrane. As evidências indicam que a memantina tem um benefício pequeno após seis meses em doença de Alzheimer moderada a grave, de significado clínico incerto e custo benefício indeterminado. Mais estudos são necessários para conhecer seus efeitos em longo prazo na qualidade e duração de vida [2] [3].

  • A revisão sistemática de literatura é considerada atualmente o melhor método de pesquisa para o conhecimento das evidências científicas disponíveis no momento para responder questões na área de saúde. Trata-se de um estudo fundamental, que avalia e sintetiza estudos primários (pesquisas originais) publicados, com métodos claros, específicos e reprodutíveis.

Os fármacos atualmente licenciados para a Doença de Alzheimer não são uma cura. Contudo, é evidente que estes fármacos melhoram a qualidade de vida de alguns indivíduos com Doença de Alzheimer.

Concluindo, apesar de efetivo para doentes com DA moderados a grave, o impacto na clínica do uso de memantina é pequeno e o custo-benefício desconhecido.

Informações sobre o medicamento/alternativas

O fármaco Cloridrato de Memantina não está padronizado em nenhum dos programas do Ministério da Saúde, o qual é responsável pela seleção e definição dos medicamentos a serem fornecidos pelos referidos programas. Por esse motivo, não poderá ser disponibilizado no momento.

Alternativamente, a SES tem padronizado no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, a rivastigmina (1,5; 3,0; 4,5 mg), galantamina (8,0; 16,0; 24,0 mg) e o donepezila (5 e 10 mg) que são fármacos também indicados no tratamento da demência do tipo Alzheimer, para o tratamento para pacientes portadores do CID 10 G30.0, G30.1, G30.8, segundo critérios estabelecidos no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde.


Importante informar que os medicamentos disponibilizados pelo SUS para o tratamento da Doença de Alzheimer pertencem à classe dos inibidores da colinesterase (rivastigmina, galantamina e donepezila), e são indicados para o tratamento da Doença de Alzheimer por diminuir o catabolismo da acetilcolina e melhorar a transmissão neuronal colinérgica, que está comprometida nessa doença.

Já a memantina pertence a outra classe de medicamentos, é um antagonista de baixa afinidade dos receptores NMDA, portanto age de outra maneira no tratamento da doença. Ainda não existem estudos comparando os inibidores da acetilcolinesterase com a memantina.

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, através do Projeto Diretrizes, recomenda iniciar o tratamento da doença de Alzheimer com os inibidores da colinesterase e somente acrescentar a memantina ao inibidor da colinesterase na fase moderada a grave da doença.

Referências

  1. Bula do Medicamento
  2. McShane Rupert, Areosa Sastre Almudena, Minakaran Neda. Memantine for dementia. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 10, Art. No. CD003154.
  3. Raina P, Santaguida P, Ismaila A, Patterson C, Cowan D, Levine M, Booker L, Oremus M. Effectiveness of cholinesterase inhibitors and memantine for treating dementia: evidence review for a clinical practice guideline. Ann Intern Med. 2008 Mar 4;148(5):379-97.